"Meu diário!"

Meu diário!

Aqui estamos mais uma vez, só eu e você. Ninguém neste mundo sabe sobre os segredos que guardamos em páginas arrancadas. Não é por desconfianças que tenho compartilhado minha vida, apenas contigo, mas porque até hoje não encontrei a imparcialidade naqueles que se dizem, amigos.

Me recebes sempre pronto a não interferir em meus pensamentos. Te abres para que eu possa entrar e criar os labirintos de meus sentimentos, que vão mudando e me orientando conforme os acontecimentos que se passam à minha volta. Sigo em frente abrindo, relatando e, continuo escrevendo.

Marco cada passo para que não sejam repetidos, de forma a preservar o encontro com as saídas dos problemas que tenho.

O mundo está carregado de indiferenças que poderiam me abraçar em minhas angustiosas carências. Poderia dar-te um nome: Meu Confidente. Tu és guardião das dores do abandono. Muitas vezes te maltrato com as lágrimas que derramo sobre os espaços que me reservas, para que eu escreva sobre tuas linhas os resultados de minhas esperanças. São muitas páginas que contam meus silêncios. Tenho visto o tempo passar e, tuas folhas e minha pele, envelhecem. Desculpas não apontam para onde devo ir. Delas, grande parte do conteúdo que absorves, mostra o mundo em que vivo, e tu, o amigo que tenho.